sexta-feira, 21 de setembro de 2007

o fim de Bourne

Dessa vez vim falar de um tipo de filme que só vou ao cinema assistir por causa da existência do meu marido (ele adora). Engraçado, não que eu não goste, na hora eu até gosto, mas não é algo que me faz sair de casa e gastar a fortuna do bilhete. Em um sábado desses, fomos ver O Ultimato Bourne. O último da trilogia Bourne, o filme finalmente mostra ao telespectador e a Jason Bourne (Matt Damon) quem é o personagem e o que aconteceu com ele. A história, baseada nos livros do escritor Robert Ludlum, começa na Identidade Bourne, passa pela Supremacia Bourne e agora termina com o Ultimato. O negócio é o seguinte: o Departamento de Defesa dos Estados Unidos pega um jovem, novo, com potencial e com vontade de defender a pátria e faz um treinamento brutal nele para que ele se torne um matador profissional, sem memória, sem vida, sem questionamentos. Ele simplesmente recebe ordens e mata, e muito bem por sinal, os caras são bons pra caramba. Mas enfim, Jason Bourne, no primeiro filme, na hora que vai matar um cara, olha para a criatura e não consegue fazê-lo, a partir daí ele começa a ter uma crise de identidade, a questionar, quem é ele, porque ele faz aquilo, o que o cara fez pra merecer morrer. Enfim, cai um pouco da Teoria da Caverna de Platão. Mas a partir do momento em que o objeto do governo americano começa a usar o cérebro, ele precisa ser eliminado, claro, eles não podem pensar de jeito nenhum. Mas então, desde o primeiro até o último filme a CIA persegue o rapaz incansavelmente. Aí que entra uma das partes cruciais do filme, muita ação, muita mesmo (talvez isso que agrade o meu marido). Bourne é tão inteligente e irônico que me fez pensar: quem é melhor, Bourne ou 007? Os fãs do agente secreto devem estar querendo me matar depois de uma pergunta dessas. Mas, poxa, o 007 tem um monte de apoio, carros, tecnologias, armas, cinto de utilidades, sabe. E o Bourne, coitadinho, faz uma destruição na CIA só com um celular e uma arma aqui ou ali que ele rouba de alguém que matou com as mãos. E olha que ele nem usa o charme para se dar bem, como é o caso do 007. Ele tem charme, mas está muito preocupado com quem é ele pra ficar espalhando por aí a beleza de seus olhos.
O mais interessante do filme pra mim é observar a atuação do Matt Damon, no começo da carreira dele, eu não botava muita fé. Mas hoje em dia eu gosto cada vez mais. A carinha de bom moço dele é ótima para fazer esse tipo de papel. Apesar dessas estatuetas não significarem muito pra mim, vale dizer que ele ganhou um Oscar protagonizando o herói desmemoriado.
Enfim, quem gosta de ação, e que, principalmente, assistiu os outros dois e gostou, vá assistir. Ele é a continuação da história e é bom ver o fim das coisas. Mas quem não gostou, não perca tempo, a linha é a mesma e você não se surpreenderá.

Sobre o autor
Robert Ludlum nasceu em Nova York em 1927. Foi ator e produtor de teatro por muitos anos e, já na primeira experiência literária, se tornou escritor de best-seller – A herança Scarlatti (1971). Chegado em muita ação, violência e em um herói, meio imortal, que mata todo mundo e luta contra as adversidades do mundo, ele ficou bem famoso com seus romances de espionagem. Faleceu em 2001.

Trailer do filme
http://br.youtube.com/watch?v=yawbyVSboWA

domingo, 9 de setembro de 2007

e muito da inconveniente...


O primeiro filme do momento “blog de ser” é o documentário Uma verdade inconveniente, de certa forma, protagonizado pelo “ex-futuro” presidente dos Estados Unidos, Al Gore. Há muito tempo escuto falar do filme, mas ele sempre ficava atrás na lista dos que queria assistir. Até que essa semana o DVD foi colocado na minha mesa pelo meu amigo Pedro. Olhei pra ele, e não dava mais pra fugir.
O documentário, dirigido por Davis Guggenheim, que é mais conhecido pelo trabalho na série 24 horas, é na verdade uma palestra muito bem estruturada sobre a degradação da natureza feita pela quantidade do dióxido de carbono preso na atmosfera e as causas e conseqüências do aquecimento global. O filme é resultado de um trabalho que Gore faz desde 1978. Ele explica de forma bem didática o aquecimento global e responde com dados a todos os questionamentos e críticas que surgem quando o tema está em pauta.
O meio-ambiente, de fato, é a coisa mais importante do filme, mas com ele também dá para ter uma noção biográfica do político, como a história do filho que quase morreu atropelado e a irmã que faleceu de câncer no pulmão, fumando o tabaco que a família de Gore plantava. Enfim, ele mostra que se as coisas não mudarem rapidamente, o bicho vai pegar. As fotos de como eram as calotas polares antes e como estão agora, me fez pensar na Holanda (que é um dos países abaixo do nível do mar). Tadinhos, acho que eles serão os primeiros... E, na sequência, vamos todos nós. Pior, toda essa mudança climática resulta numa constância de furacões, enchentes, seca, praga de insetos e epidemias. Para aqueles que já não tem muita certeza se vão distribuir rebentos por esse mundo, o filme é um grande incentivador para que isso não aconteça mesmo.
O filme é assustador, mas recomendo. E depois de assisti-lo, veja também Os Simpons, que da forma comédia e crítica deles, claro, tratam do tema ambiental e satirizam Uma verdade inconveniente.

Para informações sobre o que você pode fazer para ajudar a melhorar o mundo:
www.climatecrisis.net

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Post de apresentação

Há tempos observo esse crescimento acelerado dos blogs (enquanto você leu essa frase, dois foram criados no mundo) e já analisei o processo de várias maneiras. Passei por uma fase de rejeição e ojeriza a esse desenvolvimento, depois (por causa da Silvinha) veio um encantamento com o modelo de comunicação e, rapidamente, tudo se transformou em uma vontade de também ter um blog (sim, eu sou uma “maria vai com as outras”). Enfim, só que eu não queria ter um blog para ser um diário, para analisar a conversa do padeiro, o sistema de transporte público ou a manchete da Folha de S.Paulo. Nada contra esse tipo de blog, eu só não me identifico muito. Então eu precisava de um motivo forte e apaixonante que me fizesse criar um espaço virtual e atualizá-lo diariamente (ou não).
Esse motivo veio. Com toda a minha "onda mestranda" entrarei a partir de agora em um processo de análises de livros e filmes. Na verdade já faço isso há um tempo, mas sempre de forma oral, o que fica totalmente esquecido depois de duas latinhas de cerveja. Esse blog então será dedicado a isso, analisar filmes e livros. Não será uma coisa acadêmica, porque seria um saco, mas ele servirá para eu treinar o “colocar no papel” as minhas impressões sobre essas duas coisas que gosto tanto. Ou seja, vou me aproveitar dele para aprofundar as pesquisas que pretendo fazer e ele servirá também como um histórico das coisas que li e vi por aí.
Essas são as vantagens para mim, agora, quais são as vantagens para possíveis leitores? Não sei, pode servir como dicas de leituras e filmes, pode ser um espaço para debater sobre os temas, para discordar das minhas análises. Ou seja, leitor, faça dele o que quiser, sinta-se em casa e bem-vindo.