segunda-feira, 29 de outubro de 2007

que belas Tapas!


O tempo sem atualizar é longo, mas vou retomando aos poucos os textos do que andei vendo e lendo nos últimos tempos. Vamos a sexta-feira, dia 12 de outubro, fui ao Cine Brasília assistir a Mostra de Cinema Espanhol. Sem saber nada sobre o filme, fui confiante de que veria algo legal. Acredito nos filmes espanhóis! Acho que é a minha paixão almodovariana. Lá chegando vi que o nome do filme era Tapas, uma comida típica da culinária espanhola. São pequenas porções de diversos pratos que servem como entrada ou aperitivo.*(saiba mais no fim do texto) Enfim, o filme, de José Corbacho e Juan Cruz, feito em 2005, é realmente como tapas, não aqueles que a gente leva e doem pra caramba, mas sim, como a comida, leve e saborosa. Ele conta cinco histórias de pessoas unidas pela rotina em um bairro de Barcelona, Hospitalet de Llobregat, o bairro no qual realmente cresceram os diretores do filme (inclusive vi em um desse sites de internet que volta e meia a mãe de José Corbacho descia de sua casa durante as filmagens para chamar o filho para almoçar).
Vamos ao básico das personagens: Dona Conchi é uma senhora idosa lidando com o câncer terminal do marido Mariano, que por sinal, está meio confuso com essa história de morrer. Opo e César trabalham no supermercado e são dois jovens cheios de energia, principalmente sexual. Raquel é a dona da mercearia, que depois de abandonada pelo marido, começa a namorar pela internet com um cara em Buenos Aires. Manolo é um bicho bruto pra caramba que é dono do bar e acaba sendo largado pela mulher, claro, por ser um cara “gentil” demais. Mao, é um cozinheiro de Hong-kong, muito do comédia que vai trabalhar com Manolo depois do abandono da mulher. E assim, as histórias se encontram e desencontram ao longo da trama que trata de temas pesados de uma maneira bem sutil. Ah, vale dizer que ele levou o prêmio de melhor roteiro no Festival de Montreal, realizado no Canadá.
O filme é como uma crônica, dessas bem boas que a gente não consegue parar de ler enquanto não acaba. Sabe aquela sensação que a gente tem quando “se joga” em um sofazão daqueles bem grandes e fofos e não quer sair dali nunca mais? Pois é, foi isso que eu senti ao assistir o filme. Não sei se é porque eu de fato estava sentada na cadeira maravilhosa do Cine Brasília, com toda aquela imensidão, o espaço para bunda, pras pernas, sem nenhuma cabeça na frente... Viva o Cine Brasília! Eu amo aquele cinema. Uma pena que os outros como ele que existiam na cidade tenham virado igrejas. É isso. Não sei se posso dizer “assistam” porque não sei se o filme é fácil de encontrar. Mas se souberem onde arrumar, vale a pena. Talvez tenha em locadoras “cults”, não sei.

*Tapas - O conceito das ‘tapas’ antes da refeição é uma das mais importantes contribuições espanholas para o mundo da gastronomia. A ‘tapa’ é uma peça de comida pequena e leve que os espanhóis consomem antes do almoço ou do jantar, sempre com um copo de vinho ou uma cerveja. O costume das ‘tapas’ permite a ingestão de diversos copos de vinho ou cervejas antes das refeições, escondendo o apetite (tapa el hambre - tapa a fome). A ‘tapa’ pode ser apresentada de diversos modos: como um mini-prato de uma receita tradicional, como um canapé, etc... (fonte: http://www.spain-grancanaria.com/p/spanish-food.html)
Saiba mais sobre tapas e ainda confira algumas receitas no link:
http://www.guiadasemana.com.br/noticias.asp?ID=2&cd_news=2285

2 comentários:

Anônimo disse...

Uma coisa que não escrevi no meu post, mas que me impressionou bastante também foi a pouca preocupação factual que eles tiveram ao mesmo tempo que marcam a edição do filme por datas. Eles vão e voltam no tempo sem medo. Mas parece que o que prende a edição são as emoções que ela sente e se repetem ao longo da vida. Muito doido isso. Mas eu gostei. Cito como exemplo aquela passagem sobre "Marcelle" já no leito de morte que volta para um periodo da vida dela (15-20 anos) que não havia sido tratado até então.

Beijos e desculpa o furo, Chico.

Anônimo disse...

Um filme fantástico esse. Assisti na Sala de Arte em Salvador e há muito procuro comentários sobre ele. Não o encontro em locadoras... Adorei!